sábado, 11 de abril de 2009

Banheiros pavorosos

Ainda de cara amassada, cheguei à conclusão de que meu maior (meu conceito de unanimidade é absurdamente patético) medo é me tornar uma quarentona casada, cheirando ao travesseiro encardido e regugitando em cima de qualquer um porque o tapete do banheiro está ligeiramente molhado e emaranhado. Tenho mais medo disso do que a banheiro fedendo, obssessivamente, a desinfetante. Afinal, todos os cheiros não enlatados serão pavorosos. Mais do que eu. Que merda. Na flor da minha juventude eu estou me sentindo uma arcaica estúpida, sem que nada que eu diga não seja insuportavelmente repetitivo e obsoleto. Tão é bagunçando tudo e não são os ponteiros, na verdade são as leis de funcionamento, eu vi, eu vi, eu vi, tudo, absolutamente tudo. Ainda existes os raios catódicos? Eu não suporto mais essa idiota idéia de afinar tudo, caralho. Não suporto mais essas telinhas irritantemente frágeis. Nem essas mulheres exacerbadamente em série. Não. (Francamente, a única coisa que eu deixei de aguentar há tempos são as precocemente embrutecidas solas dos meus pés). Além dissso, eu tô farta de me calar (fico impressionada com as minhas novidades cheirando a mofo). Farta desses parênteses também. Quero entrar numa fase travessão. Mas sem os cansados dois pontos antes. Atravessão? Chega dessas vozinhas esmiuçadas. Senão, no apocalipse, eu só adorarei à fragância de eucalipto. Ou de jasmim. Ou de qualquer outra coisa absolutamente genérica, digestiva, empilulada: passável.

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