segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

eu vivi na cidade
no tempo da desordem
viv no meio da gente minha
no tempo da revolta
comi minha comida
no meio da batalha
amei sem ter cuidado
olhei e tudo via
sem tempo de bem ver
assim passei o tempo
que me deram pra viver
a voz da minha gente se levantou
e a minha voz junto com a dela
tenho certeza que os donos da terra
ficariam mais contentes
se não ouvissem minha voz
minha voz não pode muito
mas gritar eu bem gritei!!!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

SANTOS?

o ambiente propício e costumeiro. o mesmo jeito inconformado, convicto, desconfiado. mudamos tantas, mas encontra-la era sempre um desafio. sabia as milhões de questões que traria, regados às garrafas e garrafas de cerveja. dessa vez trouxe não só algo como alguém novo. como chama isso? e o ridículo do amor, que se traveste em uma despersonalização tamanha, onde a realização do seu desejo passa a ser a transvalorização do seu próprio em performance ao que o outro quer ou pode querer. apropria-se do desejo do próximo, não sempre ressignificando-o. o ciúmes entraria nessa liminar - na insegurança de não corresponder ao desejo do próximo. assim, ao vê-lo refletido em outra pessoa, o mal estar (hipocrisia).
passava o tempo, passava, porra, tudo. o andar continuava estriquinado, o jazz continuava experimental e as rupturas abruptas. mas o mar, o ar, qualquer elemento signo traço ou significante se fazia pleno de sentidos, de luz, de força, de gritos. se cria junto e não só em presença, mas também na digestão da mesma. os reflexos, as reflexões. qualquer coisa. cada gota transbordava, sim, a alma. com ambos. as idéias não morrem.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

o que soa agora aquele desespero de um antigo pulsar quem sabe a volta de mais um que não se deixou apagar quem salve ainda essas que de tão presas prendem aqui e ali qual será o limite para fazê-las assim? enquanto tudo gira não mais tenho aquela coluna de antes mas os azuis passam mesmo e ainda resta um ligeiro e pouco nítido amarelo míope frígido fraco nada franco de branco no branco e de branco em branco até o tie-dye esquizo daquelas horas onde não se prendia se emanava e mesmo que depois elas se perdessem e depois se resignificassem a qualquer forma ou segestão isso seria o tornar livre e não a fabulosa arte de uma prolixidade sem ida nem vinda apenas catucada insessante a nada nem nenhuma outra forma de liberdade quem sabe possivelmente mas não aquela

confusos como tudo o que me lembra você
palavras embaralhadas sem nenhum jogo claro
pense o possível
mas a quê?

sábado, 6 de fevereiro de 2010

BLOWBOYS

o cenário era ideal, eu já conservava umas densas olheiras negras, os olhos fundos, cabelo lavado com sabonete neutro para que, com as mãos, eu o modelasse (estrategicamente). já se dissipavam algumas batidas ao fundo, não sei bem ao certo se ao fundo ou a cima, enfim, não me importava muito, eu batia o calcanhar no chão, acendia outro cigarro, me trancava no banheiro com kessi e jude pela décima oitava vez. jean não tinha seu melhor sembrante, continuava lindo, lindo, mas já cansado, era triste pra quem via de fora, mas sua intropia era mesmo encantadora pra mim, eu sempre tive gostos não muito convencionais (adoro!). helena não mais tinha seus olhos fixos, tava avoada, talvez incomodada com algum cheiro, seilá, dançava estraboscópicamente, com as mãos levantadas pra cima, era mediocre, me incomodava, mas eu não tava nem aí, na verdade nem me incomodava tanto, me incomodava mais o fato daquele cinismo comedido, aquela ânsia mal curada, na real aquele nãofode me fundia a kuka. whatever, a gente saiu dali estriquinado, tinham poucas pessoas, mas sabe, me era aconchegante, eu não sou muito exigente e nem muito sincera quanto a isso também. o ambiente se tornou um pretérito perfeito, aquele inferninho nos confins dos subterrâneos haikais da rua benzoato de denatônio, era lindo, o som era ótimo, a DJ era uma trava de 2m de altura, o ziriguidumtelébutéko envolvente, eu pirava a 97 por segundo, passava e não mais voltava. mas andréia tinha costas fenomenais. não era comum. eu sei que esse negócio de costas e tal é meio clichê, sei lá, mas era toda modificada, sensacional. o cabelo negro, negro preso num coque mal feito, a nuca um pouco suadadabalada, o queixo um pouco recostado acima, era lindo. estático. ao fundo verde limon. D+! clara já tava de saco cheio, conservava aquelas bochechas cada vez mais esqueléticas, dançando Lovage numa empolgação digna de um polonês com frio no brazil.
- dalva, dalva, te levo pro Noise agora., vc sabem vai virar, hoje é a última quinta do mês e blabalabalabla.
- tá. mas você já foi lá? NÉ?

legal, umA banda, uma generosa (?) platéia dançando como a animadora. LOUCURA! HISTERIA! RISOS! a mesma cena de berlim, e as estações de trem, seres magrelos e charmosos e o Co-patrocínio de viravira casa de carnes - "o melhor pedaço da vaca para você " ;) a gente encontrou o felipe que chegou de buenos aires, nos jogaymos nas danças e no final fizemos uma grande roda e sincronizamos nossas respirações e nosso balanço, uma verdadeira terapia relaxante, seguidos de muitos abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim e pessoas sorrindo e gritando pelo salão "amor livreeeeeee" e saltitando e eu de chapéu colorido de cowboY:
- eu não sou beeesta pra tirar onda de herói, sou vacinado eu sou cawboY. cowboY fora da lei, durango kid só existe no gibi, quem quiser que fique aqui, fazer história é com vocês!
num coro explêndido. arte se inalava em todos os cantos e encantos do reduto, as possessões aconteceram e foram lindas, o reduto tava tomado.

-dalvinha, escuta... meu amigo acabou de voltar da itália e ele é fotógrafo de primeira, mas sua câmera quebrou enquanto ia pra vegas visitar a mãe com cancer e tal, vc entende né? mas vem aqui, tenho muita coisa pra te mostrar, olha lá, tá na tua cara que vc curte modificações né...
- adoro. NOSSA! simplestemente.... HARD CORE. endorfine + adrenaline + serotonine
- NÉ! (ufa). ainda tem os sultões e tal, já sei o typo que essa dai curte, ao vivo, orgulho NATO.
- tá é de picaretagem, clara... décima nona vez aqui, mas vá por ali...





(ah... se ela viesse acender o Banza...)
tu tu tu tu tu tu tu
TÁ OKUPADO.