sábado, 31 de outubro de 2009

peregrin ação!

eu queria estudar mas era impossivel. passava os olhos pelo montaréu e minha cabeça lá longe, apesar dos meus olhos fixos (costume, costume), e me vinham mil platôs, e miltons e nascimentos, esmeraldas de mautner, por mais que eu me concentrace o corpo da morena já começava a desenhar seus contornos por volta das páginas e eu não cnsegui a minha concentração, pensaria na praia, no verão, no ano novo, na minha cama quentinha e tão distante da onde eu tava, naquele de touca vermelha e três piercings na boca, de 12 anos de idade, ou na sua versão crescida, à margem do pior rolê santista. mas isso não faria diferença nenhuma, era madrugada de lua quase cheia, lembrava ela dos jardins, lembrava eu a sétima série, maldito dois mil e quatro. mas eu nao tava nem ai, isso nao faria diferença nenhuma.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Time

um livro insuportável na estante. um quadro asqueroso na parede. uma panela repugnante. a pele com cheiros intragáveis. a proposta para uma viagem. a volta de outra. as cores, a magia e a necrofilia. o sono pertubado, as noites mal dormidas. meu pesadelo lúdico. gente desconhecida e caminhos absurdos. um ferimento, na cerne da alma. e no rosto. estirou-se de bruços, não faria mais nada. um bilhete estranho. rasgando todas as velhas páginas. rasgaria as cortinas, os sofás, a pele se deixasse. ia achar a resposta. tinham modificado o que tava escrito nos livros. queria tocar fogo na casa. não pôde. as memórias também se rasgaram. as lembranças, ainda mais. as imagens agora esbranquiçadas. tomadas pela amargura. mais alguém voltou de viagem, bom revê-lo. não saberia que seria pela última vez. alguém colocou coisa estranha no meu fumo. alguém jogou alguma coisa na minha bebida. minha visão tá turva, eu tô suando frio e alucinando, eu tô falando com as pessoas, mas o que ouço é a minha voz. esses caras do ônibus são inaceitáveis. tá tendo uma festa, em frente ao buddha. é um churrasco! um churrasco! eu não suporto mais isso. vou deletar tudo isso, sumir daqui, me mudar para pernambuco. não piso mais nesse lugar. nunca mais. e nunca mais pisou mesmo. no mesmo lugar? pf. eu vou abaixar a cabeça e fingir que não vi. eu não enchergo nada de óculos. ah! antônio das mortes! você é personagem real da ficção, é personagem imaginário... você? tem nome? valores abalados e gente que nunca mais verá. um romeu, um cisne negro. é. ainda me lembro bem, cinco maluco em volta da fogueira, é pra lá que eu vô. eu lembro de uma coisa: eles têm os olhos pretos. inteiramente pretos. soluçava sem parar. o filme lhe contava coisas absurdas. não tinha sentido todo aquele sentido. uma tatuagem molesta. mas corra, não pare, nem pense demais, repare essas velas no cais que a vida é cigana. minhas flores morreram. eu esvaziei uma garrafa de pinga e agora canto coisas sem sentido. é pedra de gelo ao sol. um ladrão. dois ladrões. degelou teus olhos tão sós, num mar de água clara. minhas coisas sumiram. eu sumi com as coisas do mundo. chega, quero dormir. não dá. tem gente estranha batendo na porta, preciso me esconder. quem é? um admirador nojento, um estuprador, um tarado. uma menina linda, também tarada. não, agora não. que horas são? tão parados, eu atirei suas pilhas para longe daqui. reze isso que passa. pedofilia! invasão. desilusão. só. fazem uns meses.





um tic-tac vai marcando cada momento de um dia morto e você gasta à toa e joga no lixo as horas, descontroladamente, perambulando de um lugar para outro em sua cidade
natal esperando por alguém ou alguma coisa que te mostre o caminho. cansado de tomar banho de sol, de ficar em casa vendo a chuva, você é jovem, a vida é longa, e há tempo para desperdiçar. até que um dia você descobre que perdeu a largada. e você corre e corre atrás do sol, mas ele está se pondo, fazendo a volta para nascer outra vez atrás de você. de uma maneira relativa o sol é o mesmo, mas você está mais velho
com menos fôlego e um dia mais perto da morte. cada ano vai ficando mais curto, parece não haver tempo para nada. planos que dão em nada, ou meia página de linhas
rabiscadas. esperar em quieto desespero. o tempo se foi, pensei que eu tivesse algo mais a dizer. em casa, em casa de novo, eu gosto de ficar aqui quando posso. quando eu chego em casa com frio e cansado é bom aquecer meus ossos ao lado do fogo, bem longe no campo. o toque do sino de ferro deixa os fiéis de joelhos para ouvirem as encantos mágicos sussurrados."

eu vou embora, escalar as marés.




you shone like the sun.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

TEORIA x PRÁTICA


Os venenos da mente são divididos em três categorias principais:
I) apego ou desejo - prisão física ou psiquica a pessoas, objetos e fenômenos.
II) raiva - não querer, rejeitar, afastar algo de você.
III) ignorância - não ter uma noção clara da vida, não compreender o significado das coisas que te rodeiam.

os venenos da mente agem de maneira interdependente. quando não temos uma visão clara do que nos rodeia, nos apegamos a certas coisas que, quando não as conseguimos, criamos aversão e ficamos com raiva. esses venenos agem como toxinas, criando energias mentais negativas. tais energias são expressas em palavras, ações e pensamentos, causando um sofrimento cíclico em cadeia que se repete infinitamente.


Mantra das 100 sílabas da mente admantina

Om Benza Sato Samaya /
Manupalaya /
Benza Sato Tenopa /
Tishta Dri Do Me Bhawa /
Suto Kayo Me Bhawa /
Anurakto Me Bhawa /
Supo Kayo Me Bhawa /
Sarwa Siddhi Memtrayatsa /
Sarwa Karma Sutsa Me /
Tsitam Shri Ya Kuru Hung /
Ha Ha Ha Ha Ho Bhagawaen /
Sarwa Tathagata /
Benza Ma Me Muntsa Benzi Bhawa Maha Samaya Sato Ah.

(ajuda a dissolver os venenos da mente)





veja: o mundo de mantraman, nos favoritos.

NON SENSE

- quem matou ela?
FODA-SE QUEM MATOU O QUE IMPORTA É QUE ELA MORREU!

eu esgoelava isso, mas não adiantou, as paredes são ocas e eu montada no cavalo metálico do rock n roll, inalando o terremoto do sol, constantemente, sem alivio nunca. é a era da velocidade e a musica da cidade é elétrica, assim como a karne. e a karne explode para si mesma, em kakos koloridos.

a desconcentração de tudo atinge a cerne da minha ânima. o rock da desintegração inaugura novos níveis de comunicação! a música é a maior demo-cracia que já existiu pelo sistema solar. desencadeadora de verdadeiras convulsões sexuais, da mente, da alma e de todos os espíritos santos. a simultaneidade das relações atingiram seu ápice e nada mais é relativo, nem os apelos (eu diria - muito menos)!

tic-tac

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ESTÃO CHEGANDO...

é, a música do meu pesadelo é
estão chegandooo os calculistaaas
os calculistas esão chegandooooo



cheguei à essa conclusão hoje, exatamente às quatro e quinze da tarde, quando olhei para o relógio do ceééu. calculistas são o lixo humano, não se pode conviver com eles. aaai eu tenho nojo deles! nojo! acho que vou formar um grupo de maledicência para aloprar essa raça suja. é difícil mesmo hoje em dia achar algum lugar onde eu possa fumar meu cigarro em paz e ouvir um arranhão de guitarra sem tomar uma facada. isso me deixa louca, essa insegurança toda, desconfiança... veja só, eu estava a fumar uns picas com os meus na praia e sabe como é aqui é o CREME né e em santos a galere é consciente disso, lá é o CRIME. sem kaô desnecessário. num é que a noia da vez foi: DISFARCE??????????????? disfarce é uma bela puta que te pariu, eu cansei desse fluxuz intenso sabe, não tô afim mais dessa falação toda, mas que merda! vou pegar cada escrito teu e analisar frase por frase, frase por frase, fra-se-por-fra-se e ver os sentidos que saeeeeeeeeeeeeeem, aaaaaaah aquele anel formado!!!! aquele anel formadooo!!! legal né, legal, muito legal, agora me explica como que faz pra chegar naquela rua que eu me esqueci o nome, já que o sentido pertence a ti e não a mim. e sabe, lá estava eu de novo naquele lugar verde. porra luiza, tu não tem uma descrição melhor não? um lugar verde. é, lá é um lugar verde pra mim, se você quiser eu arrumo outros - castelinho de pedra, feudo ideológico, prisão, playgraund, oráculo, prostíbulo, sanatório, galeria, templo... foda-se. não sabia o que ainda me prendia lá além da nicotina. vício é uma merda, mas eu gosto tanto. você pode se viciar em certas coisas e estar em certos lugares SÓ apegado a ELAS. tipo, pratique o desapego se viciando, faz tooodo o sentido. mas nada disso importa á, vou abrir a porta á, pra você entrar, beijarminhabcaatémematardeamor.




de acordo com a vanguarda CUBISTASSURREALISTA:
adota-se uma escrita automática onde o que se valoriza é a reprodução direta das imagens aleatórias que surgem na mente de quem escreve, manifestando a arte inconsciente. [rel]ação direta (gozei!) entre Pensamento&Palavra, sem a barreira da racionalidade. fornece-se uma imagem múltipla dos objetos, onde eles são colocados sobre vários pontos de vista, retratando a desintegração da realidade, por meio da simultaneidade de estórias (várias cenas antes correlatadas) e do instantaneísmo (retratos fulgazes de cenas do cotidiano). a enumeração é caótica - adota-se a descrição do ambiente a partir de uma sucessão de elementos a ele pertencentes, sem referências delineadas. rolam vários dados e quem le reconhece aquilo que tá dentro dele próprio, pouco tem a ver com quem escreve. é a desvinculação enunciador-enunciado, é a tranvalorização fluída dos valores. a la jaques derrida, ja expliquei isso...

domingo, 18 de outubro de 2009

TEMPO, TEMPO, TEMPO, TEMPO

certos esclarecimentos jamais sairão da conversa paralela daqueles olhos repetidos e desesperados. aliás, vejamos que os cantos continuam cheios de conversas, digníssimo eu diria, já que a gente não consegue finalizar ou concluir nenhuma das nossas, de jeito nenhum... eu só queria dizer que a minha desordem vem do desespero. a minha desordem vem como súplica, como desejo, como busca incessante e como paixão muitas vezes. a gente buscou esclarecimento nas noites insones e só achou sonhos. quem sabe um dia você tenha acordado sem me avisar? não sei... eu não queria ter acordado, mas não teve jeito... perdi meu celular, não tenho como me despertar [ó céus]. é, mas então, a vida passa. e você bagunçou tudo e eu não tenho nada pra colocar no lugar das suas ideologias perdidas, quebradas, mutantes!!! eu não tenho nada!!! desculpa, quem sabe a próxima venha como oração. afinal, aos messiânicos tudo é pussiver... e dá-lhe leonardo boff [a águia e a galinha] e paulo freire...

esse negócio de pedagogia, mêo, ai... TÔ DE BOA.

domingo, 4 de outubro de 2009

este post é uma heresia à sabedoria.

Você tem o seu e eu não tenho nenhum.
Eu não tenho nada pra colocar no lugar.
Onde está a grandeza e o poder do meu enfoque?
Repito: Eu não tenho nada pra colocar no lugar.

"A única coisa que pode haver para substituir é a Louca Sabedoria. A mente é poderosa. Todos têm mente. Não interessa eles ou ele, eles e ele, nada disso."

(poizé)

uma vez eu acordei e um pombo mensageiro me disse que meus dias estavam contados. e ele me disse isso ainda lambendo meus ouvidos. depois disso eu nunca mais dormi sem fechar as janelas dos fundos. ou sem cobrir meu ponto fraco. lapsos de consciência podem ser letais. E realmente o foram: desde então eu conto os meus dias. já se passaram 675 desde o acontecido. eu só lembro de 576. qualquer semelhança não é mera coincidência. é só ironia do destino. do destino traçado pelos senhores do destino. maior honra, mêo. dá até novela da globo! só trocar pro feminino...

sábado, 3 de outubro de 2009

METALINGUAGEM

minha poesia
não é de prática
minha poesia vem
do vento
lá de dentro
tocando o advento
minha poesia não é
um coro
tão pouco espera receber
louro
minha poesia vem do meu
devaneio mais
louco
sem jogo, sem cara ou coroa ou
lado inverso
apenas dá as caras quando
brota sem lugar algum
vem como súplica
como ferimento
ou um adeus,
meu alimento
me faz escuro
me faz claro
me faz sentimento
me faz sentidor
minha poesia canta
minha poesia lança
dança, pega, mata e come
chora, grita, corre,
adoece e morre.
minha poesia flore
até aqueles lá
mais distantes
meus domínios indomáveis
fere e adere
a todos os meus sentidos
antes esquecidos
minha poesia fura o verso
cai do baixo
sai do faixo
baixio das bestas
sente saudade
dos meus contos,
dos meus cantos,
dos meus encantos
antes esquecidos
agora enraivecidos
apodrecidos
ao meu pranto parecidos
minhas tristezas, minhas avarezas
todas as minhas correntezas
pudera
minha poesia
é meu cárcere
é meu cálice
é também meu cale-se

minha poesia
é meu ar
é meu mar
de se armar
de amor
de dor
ou ardor

minha poesia
aquela lá que me libertou
do chão me tirou
comigo para longe voou
até aterrizar
devolta a ela mesma
minha poesia é meu lar
que a cada amanhecer
me faz órfã
a fim de que eu a encontre
e nos seus braços possa
correr e
morrer
viver, esquecer
libertá-la para, junto com ela
parar e
saltar
"num altar
onde a gente celebre
tudo o que se consentiu"
minha poesia tão pouco
busca o verso certo
ou espera encontrar
a paz depois de escrita
minha poesia tem vida própria
prosopopéia lírica
sai de mim
na hora em que pra ela alvorece
passeia por aí e
até me esquece
mas ela sempre volta.
a gente sempre torna
aos braços
uma da outra
como se então não houvesse
desencontro
desencanto
desalento
minha poesia não é minha
mnha poesia é da espera
por ela mesma
minha poesia é dela própria
e eu que sou sua eterna apaixonada
tantas vezes traída
muitas mais amada
minha poesia nunca teve dono
minha poesia é inquieta
sai de mim na hora que
ela mesmo quer
e encontra logo algo onde
possa então se realizar
e sua realização é simples:
é apenas sua existência
ela basta-se por si só
é por isso que
não encontra resistência
mas, haja paciência!
quando ela some
as horas me corroem
os tempos me enlouquecem
os soares me ensurdecem
meus dizeres me calam
é minha grande agonia
afoita ou desesperada
não adianta em nada
ela só aparece quando quer
só ressoa onde der
não importando o que se fizer.

nostalgic mode on

ele levantava a cabeça e ria de mim, bem baixinho.
depois abaixava os olhos (sempre baixos)
e ria pra mim, timidamente..

a mim me ensinou
tudo.

me ensinou a olhar cada vocábulo que há nas coisas
a fazer a poesia ironica e cortante
a dançar e a não abraçar qualquer imbecilidade que passe pela frente.
naquele jeito estranho, oleoso, pegajoso, bravil.
rooteza


(preconceito ideológico
é tão triste)

parece que ainda não descobriram isso.
próxima lição de vida vai para:

O OUTRO

como decifrar pictogramas de há dez mil anos
se nem sei decifrar
minha escrita interior?

interrogo signos dúbios
e suas variações caleidoscópicas
a cada segundo de observação.

a verdade essencial
é o desconhecido que me habita
e a cada amanhecer me dá um soco.

por ele sou também observado
com carinho ou incompreensão
e assim vive-se, se ao confronto se chama viver,
unidos, impossibilitados de desligamento,
acomodados, adversos,
roídos de infernal curiosidade.




(série ? adaptando corpo do CDA
bom, viu? nada como o modernismo?
pior que é...)