domingo, 21 de junho de 2009

Digo que não sei.

Tenho passado por muitos lugares. Ultimamente o passar tá desenfreado, mas tenho parado de olhar. Andei por ai vendada, de olhos fechados. E tudo por opção. Em meados, a venda se desfaz, ainda que presente. É fácil. Basta aguçar os demais sentidos. Andei ouvindo mais. Percebi que é pior do que olhar. Olhar é fácil, pode ser petrificado, pode parecer nem perceber. Mas ouvir é diferente. Ouvir é mais interior. Ouvir chega lá, nas juntas dos sistemas corporias, cutuca os Entre e diz:
- Alguma coisa está fora da ordem?
Digo que não sei. Finjo que não ouvi. Estraçalho o pescoço para o outro lado da moeda. De um lado, o céu engorda nuvens escuras, cheias de poder. Do outro, apenas algumas leves nuvens pairam na dança da leve brisa celestial, num azul quase inexistente. Me senti como uma bola de ping-pong, se é que isso tem sensação. De um lado, do outro, para um lado, para outro. Não consegui mais muita coisa, é triste. É claro, fechei os olhos para um lado. Abri para outros. Ou, quem sabe, fiquei vesga. Nada! É céu de confusão. Preferi fechar os olhos e dar os ouvidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário