quinta-feira, 17 de setembro de 2009

TRANSFIGURAÇÃO

a gente não espera encontrar vastos mundos em blog.
a gente não espera decifrar ninguém virtualmente.
a gente tão pouco espera abrir a metáfora guardada, há anos...
o prazer não tá em ligá-lo ao autor (graças, temos tantos para desvincularmos de nós e de nosso uno-ego-centrismo): SE LIBERTE DA POESIA QUE TE ASSOLA.
o tá prazer tá ali, efemero, hostil, lúdico, cético.
passa em versos como quem passa em outros trilhos, para tantos, cada vez mais distantes.

prendê-los? então para que tê-los?
o prazer tá na dúvida clara,
na escuridão acesa:
me escreva!

por mais que você minta, por mais que você invente descaradamente, desesperadamente, por mais que pareça então uma fita quebrada, sem hora certa (qual a novidade?), por mais que as tuas metáforas e a dos teus me pareçam genialmente covardes:
eu não ligo - eu gosto.

Nasci de uma conversa engraçada entre Prosa e Verso.
Minha parteira foi a Palavra, na época do Cinema Silencioso.
minha palavra não é derramada, nem tão pouco armada
- minha palavra transborda: flore, murcha e morre.

(borbulhe o palavreado febril que guarda nos cadernos velhos)
aceite sua palavra fora de você. nade nela e continue sempre a nadar.
só não esqueça:

A PALAVRA SEMPRE FERIU.
(A MIM MAIS DO QUE VÁRIOS TAPAS NA CARA)


"ainda sim acredito ser possível reunirmo-nos em outro nível de vínculo..."

- mas é da dor que renasceu e deu a poucos uma esperança mínima.
não renuncie a Ela: nenhum pedaço do então ser vibrante,
errante, quente, sujo, livre, poente, carente, cadente..
pegue a senha e escreva você também.
UPS


os ratos fazem parte.
ironia maledita! sai de mim, aipim!
é pedra de gelo ao sol.



"Não vou buscar a esperança na linha do horizonte, nem saciar a sede do futuro da fonte do passado. nada espero e tudo quero. sou quem toca, quem dança, quem na orquestra desafina. quem delira sem ter febre só o par e o parceiro das verdades.
À desconfiança" um tiro certeiro.
espero que ela volte da onde saiu.

sem explicações, experiência.

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