domingo, 20 de setembro de 2009

sabe quar que é o problema?
a luiza trancou verdadeiros príncipes em casarões enlamassados pensando colher amoras maduras. a luiza é tímida, a luiza é faladeira, a luiza é calada, a luiza é namoradeira. a luiza é atleta, a luiza desmaiou no carnaval, a luiza é antropóloga, a luiza é poeta, astronauta e cineasta sonora. a luiza se espititualizou em maputo, andou de elefante e acreditou caminhar sobre as nuvens do velho continente. a luiza comeu um insetinho no dia da parada gay, só porque ele comia sua castanheira preferida. a luiza passou dias salvando formiguinhas, passou horas as observando sobir pelas árvores. até que a morena dos olhos d'agua matou a formiguinha que andava pelo seio de luiza. a luiza adora as verdadeira espeluncas, a luiza é uma porca, a luiza é grossa, a luiza é um doce de pessoa. a luiza é forte, a luiza caiu, a luiza viu, a luiza não entende quando chamam ela por outro nome. a luiza aprendeu a reconhecer que não foi nada disso, a luiza come tabletes de chocolate e fuma feito um avestruz na cruz, gosta de ler jorge mautner no caminho pra aula que não existe, a luiza gosta de fumar maconha e bagunçar as idéias para ler pós-modernismo paranóiptico. a luiza era tranquila, quase pouco falava, lembrava de alguns sussurros quando de noite acordava. a luiza achou que a coisa nova na cara fosse mandinga e pedia ajuda pra são longuinho enquando batucava no samba da morte da bezerra, na casa do caralho. a luiza deu um soco na amiguinha quando tinha 11 anos, hoje, quase vinte, pra ser ridícula, não consegue acertar a voadora na cara de um marmanjo aí, enquanto sonha com a velha amiga de mesa de bar. a luiza mentia na íris dos outros, achou o romance baiano mais bonito, e lembrou dos olhos inteiramente pretos e chorou de medo, às onze e meia, voltando para casa na chuva, sozinha com a clementina. a luiza achou o coração abandonado pelo buddha uma tristeza, vibrou com a canalhice rosnando aos idiotas da objetividade: a luiza adora literatura anti-literária, a luiza é ridúla, escreveu 120 poemas e não entende nenhum deles. a luiza refletiu para a Torre de Babel na segunda pessoa do singular. a luiza quando descobriu que a subjetividade era mais enroladora que os problemas sociais ela passou a se afogar. a luiza quer mudar de vida, a luiza não se meche, a luiza tem uma barriga enorme que não a permite sair do sofá. a luiza do not be or tupi, cannot stay at home tonight cuz'the moonlight is ready to kill anyone, mothefucke. a luiza se perdeu no meio do deserto do arizona, foi resgatada por cães pastores e deixou a baía de guanabara encantada quando cantou Falsa Magra, do Mc Mascote, fazendo a conexão baixada-baixada, depois de umas tequilas luiza ficou mil grau e sonhou tocar flautinhas celestiais com seu amigo, erik, que toca harpa na casa de fundição de minas gerais, coração do brasil. a luiza prendeu a palhaça jubilada na cassamba do carro do Atobalá d'logã, às 13 horas da sex-ta feira treze, de dois mil cento e treze, no coração do maranhão. a luiza acariciou os longos cabelos pretos de um joão marmelão, a reencarnação de hermes trimegistro, que por sinal é tres vezes hermes, um grande legislador da terra das esfinges magnéticas. a luiza se internou num manicômio todo feito de grossas cortinas de veludo roxo, que permitiam-na a visão incognscível do papel da virilidade em nossas herméticas vidas futuras. a luiza comparou o cabelo cacheado daquela falta de vermelhidão ao poeta Glauco Mattoso, nosso maior expoente da podolatria no Brasil. a luiza casou com sganzerla depois da morte dele, seu noivo cadáver predileto nunca esquecera das belissimissimas pernas da ignez, linda e otima, vitima certeira do exu do corcovado ou do exu do raul. a luiza chorou quando o michael morreu e nao se despediu de sua clínica abandonada nos confins da idade da pedra, nos anos setenta antes de cristo, com seu figurino de sandálias peregrinas, vermelhas, brancas e pretas, vermelhas, brancas e pretas. a luiza descobriu que a causa disso tudo era seu ascendente em aquario, que junto com seu sol em áries formavam alguma coisa ainda não identificada, quem sabe um óvini vindo da boina daquele cachaceiro estranho e contador de histórias fúteis. a luiza descobriu que a bolacha passatempo é melhor que a fófis. a luiza acreditou em Cass quando ela enfiou o alfinete de vidro nas narinas, a luiza queria comer o Bukowski só que ele já morreu e ela sonhava em ser amiga do Álvares de Azevedo para acabar como problema do byronianismo brasileiro, a luiza sofre do mal do século e não consegue ler Goffman sem chorar incontrolavelmente. a luiza amaldiçoou a simbolização e perdeu-se nos danoninhos de maçã e nos cabelos cortados. a luiza sente falta dos negros cabelos enrorrendo-lhe a face. luiza viu a marca de poder, gata. a luiza olhou bem fundo naqueles olhos e se assustou depois de cair dentro do cachimbo do saci pererê. a luiza nunca entendeu o porquê da dualidade do menino magrelo. a luiza quase mandou uma à merda e partiu pra porrada mas achou melhor acender um cachimbo de ópio junto ao casal rimbaudverlaine, enquando tomou absinto na porta da givclub, pensando estar sob o cogumelo da fiction, africa, i like your style, the song so fucking hot n people r so fucking crazy n die there, hardera, ela se surpreendeu pelo cara com a blusa de polvo e nunca mais parou de escrever, a luiza está escrevendo há tantos dias que pensou ser essa a origem do problema. essa menina não fala nada,o que há com ela?

Nenhum comentário:

Postar um comentário