domingo, 12 de julho de 2009

CAPITALI$MO & ESQUIZOFRENÉTIC@S

- vá vencer na vida, filhinha, vá vencer na vida.



me dizia aquele maldito velho já escroto, caquético, quase sem dentes.
- vença na vida, menina, vença.
ah, fodam-se. tomare que ele enfie o dinheiro e o dedo no cu. quem sabe assim ele vence primeiro essa falta de vida que falta pra morte dele. dinheiro e conseguinte felicidade? vão pra puta que pariu. se fosse mulher saberia que posso virar puta.
- o que vai fazer estudando os orixás, menina?
vou é fazer mandinga pra que esses teus míseros momentos que te restam sejam lotados de miséria. pra que esse teu probleminha de fim do mês se resuma a meter um pão na boca e um copo de água na garganta. fodam-se. já me fartei dessa merda toda. se não é isso, são os fanáticos. mas eu prefiro eles. os messiânicos. aqui nessa terra tem que ser tudo em nome de deus, mesmo.. e se já não bastasse esse medinho infeliz da perda... ahhahahaahahah medo da perda? seus bostas. quem perde a vida são vocês. lixos. escravos. do trânsito. da moda. do orgasmo forçado. e ainda me vem com essa politicazinha suja, imunda, falsa.. hipócritas! militantes do medo, da mentira, cheios de pulinhos e de biquinho fechado, só aberto pra espalhar da piadinha alheia hihihi. corrosão maldita, queime essa merda toda, se consideração se resume a isso eu prefiro arder no mármore do inferno e descolar uma boa trepada com o diabo.


M E R D A !


se ao menos dessem ouvidos a todo esse falatório desordenado, a todas essas cabeças se espremendo pelos cantos, a todo o vento engolido pelos prédios, a toda boca que só cala, todo ouvido que só ouve, a todo calo nas mãos, a todo sorriso sujo de feijão, a todo pé descalço, a todo desespero alijado nas bocas cotidianas, a toda lágrima que cai muda e sozinha porque se conserva medo, moral e razão. e culpa. se ao menos ouvissem os (en)cantos agonizando em solitarias mentes por puro movimento vadio e perdido. é essa maldição que engole e cospe mantendo todo esse (des)esquilibrio vadio entre inclusão e exclusão. chega.


agora? senta e chora.
castigo-te por buscar.
era melhor se calar.



vomitar esse tédio todo por algum canto escondido. onde só estejam os porres, as porras, os restos e os rastros. mais uma fábrica abandonada tomada pela escassez desses malditos dias que soam em frenéticos tictacs alucinados, desnorteados. eu prefiro me perder! e repetir incansavelmente essas palavras febris e cíclicas.. do que dançar nessa folia de "mão com mão, pé com pé". palavras mal escritas, palavras mal ditas. antes fossem esquecidas e digeridas? mas não desce! e se desse, eu enfiaria o dedo na garganta à sua busca. já não se sabe se levanta a cabeça e acha a luz ou se abaixa e morre. seria mais um nu a beira da marginal tietê, mais um número, mais um cadáver indigente - sem documento não é gente, sem documento não é gente... o caralho! Direitos? direito eu tenho é de me matar até a morte. e caio no funkfilosófico do "destrói com a História, acaba com a moral". gaguejo!! em vez de sujar minhas mãos de $angue... parar e respirar e ser atropelada por mais um apressado atravessado. olhar para o lado e só achar hipocrisia, autoridade e covardia, edifícios, bancos e artilharia! vou é me encantar! onde se esconde o palavreado febril dos bêbados, o suor afoito dos amantes, o embalo tresloucado dos apaixonados, a fé dos carentes, a curiosidade das crianças, a espontaneidade dos animais, a ousadia dos desobedientes. "destrói destrói destrói com a História, acaba com a moral"..


AFASTA DE MIM ESSE CALE-SE!!!
senhor cidadão, filhodeumaputa, venha cá e me diga quantas toneladas mais de medo e covardia você vai despejar na construção da tradição? senhor cidadão, me diga o porquê.. se o dia todo você passa, bate e volta, vai e vem - e já parou pra reparar quantos gritam ao seu lado? já parou pra reparar que aquele montaréu de papelão que você desviou é mais um coração perdido? já parou para ver as lágrimas escorrerem pelas paredes dos velhos e nostálgicos edifícios arruinados? já parou para tentar achar coerência ou ao menos carência na fala daquele louco que estribucha na tua esquina? já parou pra pensar nessa boçal "civilidade" em que vc desvive? já parou pra se tocar que vc enche o cu de propriedade e teu empregado não tem teto?
senhor cidadão me diga o porquê de você andar tão triste. é porque na briga eterna desse mundo tem que ferir ou ser ferido?






- MA$ QUANTO VALE ISSO, MOÇO?

2 comentários:

  1. ninguém quis dar ouvidos a ele. muito menos olhar pros seus olhos em sangue e febre. medo? desprezo? nojo? talvez....
    mas ninguém quis reparar nos seus poucos dentes carcomidos e limados. ninguém quis escutar suas palavras tropeçarem pela boca e sentir o hálito podre, misto de alcool, tabaco, raiva e fome alcançar suas narinas limpinhas de pelos aparados. Ora, merecem eles passarem por tal desconforto? Assim no meio da rua, de sopetão? ô seu guarda faz favor! não dirijo minha palavra a serzinho desses não.

    ninguem dava ouvidos, atenção, muito menos respeito. Todos eles, asseados e arrumados, indo pro trabalho. sim eles: nomes registrados, correndo atrás de números, para comprarem outros nomes, os grandes nomes que ganham grandes números. Todos dormindo no sono profundo do egoismo e da frieza humana

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  2. ao meu ver,
    a única solução possível pra esse
    jogo de "resta um", de todo dia,
    se unir firmimente aos resistentes
    Aos caladamente, ou aos cutuvelos,
    se comunicam mais presentes, com aquele resquício
    das intransigências lindas infantis
    que contestam autoridade
    com o abraço e o bjo, o riso e choro

    a proximidade,
    "apesar" de tudo,
    é o q nos resta contra essa jogatina

    juro, gostaria de ser mais presente...

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